Fofoca? Vamos peneirar!

    Existem duas atitudes que percebo em algumas pessoas que me deixam em alerta, não sei você. 

    Primeiro é falar demais e segundo é a necessidade de chamar a atenção a qualquer preço. Pessoas assim ficam ansiosas por saber de algo que ninguém ainda sabe, se animam quando são portadoras de um segredo que lhes dão poder de puxar assunto e ganhar o interesse de outros. 

    Creio que infelizmente, essas pessoas têm necessidade de ser ouvidas, de por um instante se tornarem interessante para alguém ou para um grupo. A fofoca é um hábito construído por essas vias, pois oferece ao seu agente o prazer de ser ouvida, de chamar a atenção, mesmo que depois venha o constrangimento de ter causado alguma confusão. Fofoca é um vicio. 

    Provérbios 18.7 

    Quando o tolo fala, ele causa a sua desgraça, pois acaba caindo na armadilha das suas próprias palavras 
    
    Provérbios 11.13 
    
    O mexeriqueiro descobre o segredo, mas o fiel de espírito o encobre. 

    Acredito que se você tiver um pouquinho mais de paciência comigo, vai se beneficiar com uma ilustração antiga, mas sempre valiosa, atribuída ao filósofo ateniense Sócrates. 

    Teria Augustus procurado Sócrates e lhe disse: “Sócrates, preciso lhe contar algo sobre “Fulano!" "Você não imagina o que me contaram a respeito de..." 

    Nem chegou a terminar a frase, quando Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou: “- Espere um pouco, Augustus. O que vai me contar já passou pelo crivo das três peneiras? "- Peneiras? Que peneiras?” “- Sim. A primeira, Augustus, é a da VERDADE. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro?" “- Não. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram!” “- Então suas palavras já vazaram a primeira peneira. 

    Vamos então para a segunda peneira: a BONDADE. "O que vai me contar, gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?” “- Não, Sócrates! Absolutamente, não!” “- Então suas palavras vazaram, também, a segunda peneira. 

    Vamos agora para a terceira peneira: a NECESSIDADE. "Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?” “- Não, Sócrates. Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta do que iria contar.” 

    E Sócrates, sorrindo, concluiu: “- Se passar pelas três peneiras, conte! 

    Tanto eu, quanto você e os outros iremos nos beneficiar? Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos. 

    Precisamos muito aprender a peneirar o que temos para dizer.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O Parasita

Filho do trovão

Tempestade em copo d’agua