A mesa da (des)conexão

 “E mandou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. E eles lhe perguntaram: Onde queres que a preparemos? E ele lhes disse: Eis que, quando entrardes na cidade, encontrareis um homem, levando um cântaro de água; segui-o até à casa em que ele entrar. E direis ao pai de família da casa: O Mestre te diz: Onde está o aposento em que hei de comer a páscoa com os meus discípulos?Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado; aí fazei preparativos. E, indo eles, acharam como lhes havia sido dito; e prepararam a páscoa. E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e com ele os doze apóstolos. Mas eis que a mão do que me trai está comigo à mesa. E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!” Lucas 22.8-14, 21-22

A mesa tem o poder de unir as pessoas que se amam, mas eis aqui um exemplo de uma mesa onde nem todos estavam conectados. Jesus reuniu seus 12 discípulos para partilhar seus últimos momentos. Ele sabia o que O aguardava e quis desfrutar esse tempo com quem lhe fazia bem e a quem tanto havia feito.

Tudo fora preparado com carinho, com dedicação e atenção. Jesus estava presente no ambiente e isso era suficiente para encher aquele lugar, mas havia também uma refeição a ser partilhada. Jesus deu graças pelo pão e pelo vinho e os relacionou a Si mesmo. Enquanto tudo isso acontecia, Ele sabia que nem todos estavam ali pelos motivos corretos.

Jesus derramava de Si aos seus, mas havia alguém a mesa que não sabia mais como se servir de Sua abundante presença, que já havia tramado para sua prisão. Onze discípulos eram abençoados com aquele memorial, mas Judas estava ali apenas de corpo presente e Jesus sabia disso.

A mesa do Senhor está disponível a todos. Uns encontraram nela consolo, conforto e amor; mas outros a verão como um convite a enxergar apenas suas próprias mazelas e ficaram presos em si mesmos sem nunca experimentar da comunhão que Jesus nos dá.

No Tabernáculo de Moisés havia uma mesa chamada Mesa da Propiciação onde os pães da presença estavam disponíveis. Aquela mesa lembrava ao povo de Israel que a aliança de Deus feita com Abraão permanecia de pé. Hoje, Jesus é o Pão Vivo que desceu dos céus e que nos sacia. Ele deu Sua vida para firmar uma nova aliança na qual fomos incluídos. Ele morreu, ressuscitou, subiu aos céus e um dia virá nos buscar para participarmos juntos das Bodas do Cordeiro e eu ouso crer que haverá uma linda mesa preparada para receber a Sua Noiva.

Por Thaís Duarte