Os 3 desejos (ser, ter e fazer)

 Ainda usando a história de Adão e Eva como pano de fundo para nosso estudo, falaremos hoje algo que o apóstolo João disse em 1 Jo 2.16-17. 

"Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre."

 

Quando Eva viu o fruto que Deus havia proibido que ela e Adão comesse, ela o desejou. Daí em diante, tudo foi ladeira abaixo. Além do desejo, Eva passou para a ação: ela tomou do fruto, comeu-o e deu ao seu esposo. Eva fez o caminho que fazemos sempre que um pecado nos cega: ver, desejar, cobiçar, pegar, comer. Depois de seguir essa trilha, cada pessoa reage de uma forma diante das consequências que o pecado lhe trará, mas ninguém fica sem elas.

Pensando sobre o pecado de Adão e Eva e o texto de João, podemos perceber que a concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida tiveram seu início ali. 

Vamos analisar o que cada uma delas é:

 

*Concupiscência da carne: Tem relação com o pecado aparente e concupiscência da carne, engloba os pecados da carne, pecados sexuais, mas é mais abrangente, pois “a carne é essa parte de nossa natureza que, desprovida de Deus e da graça de Jesus Cristo, oferece um lado fraco ao pecado. Inclui os pecados da carne, mas também todas as ambições mundanas e todos os desejos mesquinhos. Estar submetido aos desejos da carne é julgar todas as coisas do mundo segundo normas puramente materiais. É endeusar os prazeres puramente humanos. É viver uma vida dominada pelos sentidos. As obras da carne descritas em Gl 5.19-21 tem a ver com esse tipo de concupiscência.

 

*Concupiscência dos olhos: Tem relação com a falta de pureza do nosso coração. Os olhos são a candeia do corpo, ou seja, as janelas por onde vemos todas as coisas deste mundo. O que são os olhos senão o caminho por onde vemos o mundo? Nossos olhos sempre desejam ver aquilo que é agradável à nossa carne. Porém, tudo que é agradável aos nossos olhos e todas estas luzes chamativas não procedem de Deus, mas do mundo. Porque é o mundo que oferece aquilo que é aparente. Podemos exemplificar a este respeito com a passagem onde Ló e Abraão se separam. Ló decide ir para onde a terra era irrigada e o restante da história você já conhece (Gn 13.1-13).

 

*Soberba da vida: É uma manifestação de orgulho, de pretensão, de superioridade sobre as outras pessoas. É a arrogância, a altivez, a autoconfiança exagerada. Podemos usar a história do Rei Nabucodonosor como exemplo a respeito dessa soberba (Dn 4.1-37). Somos tentados todos os dias. A forma como reagiremos é que fará a diferença. Assim como Adão e Eva, Jesus também passou por uma tentação (Mt 4); mas sua reação foi totalmente diferente.

O inimigo lhe ofereceu pão a fim de provar seu corpo físico, mas Ele resistiu usando a Palavra (Dt 8.3). O Diabo disse a Jesus que se prostrasse diante d’Ele, mas Jesus disse que somente ao Senhor devemos adorar (Dt 6.13). Por último, o Diabo também disse a Jesus que se jogasse do Templo para que recebesse os cuidados dos anjos, mas Ele lhe disse que não tentaria ao Senhor (Dt 6.16). 

 

Apesar de tentado, Jesus venceu e Ele nos fortalece para que vençamos também. Deixo para nossa reflexão algumas perguntas:

 

*O que minha carne tem cobiçado que tem me feito esquecer que Deus é o meu verdadeiro sustento?

*O que meus olhos tem desejado que tem me feito ficar cego ao que Deus tem me revelado?

*Qual o lugar que a soberba tem ocupado em meu coração?

 

Versículo do dia: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim". (Gl 2.20)

Por Thaís Duarte